A Kaspersky Lab apelou para a ajuda da comunidade mundial de criptografia para quebrar a codificação do vírus-espião Gauss.
"Estamos pedindo a todos os interessados em criptografia e
matemática para se juntar a nós e resolver o mistério e extrair a carga
do vírus", disse a empresa de segurança sediada em Moscou. "Apesar de nossos esforços, não fomos capazes de quebrar a criptografia."
A carga viral (payload) é uma das incógnitas de Gauss, ferramenta
sofisticada de espionagem descoberta pela Kaspersky semana passada.
Segundo os pesquisadores, o Gauss monitora transações financeiras com
bancos do Oriente Médio e foi desenvolvido ou apoiado por um ou mais
governos.
Embora a Kaspersky tenha descoberto que o vírus é entregue por meio
de drives flash USB - para atacar PCs não conectados à Web - ela não
conseguiu decifrar o módulo, criptografado com uma chave RC4.
O RC4, criado pela RSA Security há 25 anos, também é usado no
protocolo Secure Socket Layer (SSL) para proteger as comunicações entre
sites e navegadores.
A empresa observou que a chave de decodificação para a carga do vírus
é gerada dinamicamente pelo PC das vítimas. "[Isso] impede que alguém,
exceto o alvo designado, extraia o conteúdo das seções", diz o texto.
"Não é viável quebrar a criptografia com um ataque de força bruta
simples."
Como o Gauss tem conexões com Flame,
e como a maioria dos especialistas acredita que este estava ligado ao
Stuxnet - a Kaspersky acredita que a carga criptografada do Gauss pode
conter código do Stuxnet - especializado em monitorar e controlar
processos industriais críticos, que vão desde refinarias de petróleo e
fábricas a redes de energia e gasodutos.
Em seu blog, a Kaspersky incluiu os primeiros 32 bytes de dados criptografados e hashes de carga enigmática.
"Se você é um criptógrafo de nível mundial ou se pode nos ajudar a decifrar, por favor entre em contato conosco por e-mail: theflame@kaspersky.com", disse Kaspersky. A empresa também disse que iria fornecer mais dados criptografados, a pedido.
Em março, a empresa também pediu socorro à comunidade de segurança, daquela vez para decifrar o vírus Duqu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário