domingo, 19 de abril de 2015

Como é a experiência de jogar em um notebook de R$ 10 mil?


A prática do PC Gaming sempre acompanhou a indústria de jogos, mas nos últimos anos, com a ampliação do abismo entre o poder de processamento gráfico dos consoles e das placas de vídeo de última geração nos computadores, mais e mais “consolistas” estão sendo atraídos para o outro lado da força.
Nem todo mundo, no entanto, tem a paciência, nem o conhecimento para buscar as peças necessárias para criar seu próprio computador do zero. É nessa brecha que entra a Avell, uma marca brasileira que, mais do que apenas um PC, quer vender notebooks de alto desempenho para jogos. A empresa possibilita a escolha das peças que serão incluídas no produto final e realiza a montagem.
Tivemos a oportunidade de testar um dos modelos oferecidos pela empresa, o G1740. Ao saber que era possível personalizar o aparelho que receberíamos para teste, decidimos “chutar o pau da barraca” e pedimos tudo no máximo. O resultado que chegou à nossa redação foi um laptop gigante que custaria mais ou menos R$ 10 mil se fôssemos comprá-lo na loja da empresa.
Dentro do notebook, configurações que fariam inveja a uma boa parte dos desktops para jogos, montados pensando em custo-benefício. Um processador Intel Core i7-4710MQ de 2,5 GHz, aliado a uma GPU Nvidia GeForce GTX 970M com 6 GB de memória dedicada. Como se já não fosse o suficiente, também colocamos 32 GB de memória RAM. Sim, é exagero. Apenas 16 GB já são mais do que o bastante para qualquer jogo, mas por que estabelecer limites? Também colocamos 1 TB de HD junto com 128 GB de SSD para aliar espaço e velocidade, o que faz com que o computador seja ligado em cerca de 5 segundos.
A tela de 17 polegadas é preenchida com uma resolução de 1920x1080, o que é uma pena; pelo preço, talvez fosse o momento de começar a pensar em displays 2K ou, por que não?, 4K. A tela é, infelizmente, um limitador do potencial gráfico de seus componentes.
Talvez você tenha reparado em uma informação específica apresentada no parágrafo acima. Uma tela de 17 polegadas é gigante para os padrões de notebooks. Isso significa que o restante do aparelho é enorme. Além disso, a necessidade de espaço para componentes de alto desempenho também faz com que o notebook seja grosso e, infelizmente, bastante pesado. Resumindo: a portabilidade foi para o brejo. Andar com um desses nas costas requer uma mochila bem grande e uma coluna resistente.
ara quem exige números que expliquem um pouco melhor o que foi dito logo acima, as medidas impressionam. Ele mede 41,1 cm x 27,6 cm, com uma espessura incrível de 4,25 centímetros. Ele lembra bastante aqueles notebooks especiais ultrarresistentes utilizados em construções, ou em situações de guerra, ficando em um espectro de tamanho diametralmente oposto ao que vemos hoje no mercado de laptops comuns (para referência, o novo MacBook tem 1,31 cm de espessura). O peso de um brinquedo desses: 3,98 quilos.
Sua carcaça espaçosa é bem construída, utilizando um material emborrachado que é bastante agradável ao toque. Todo o seu visual, no entanto, é feito para criar a impressão do “gamer radical”. O teclado chiclete é retroiluminado, com a opção de que as cores fiquem mudando a cada segundo, e todo o exterior do notebook é todo angular, em contraste com os designs curvilíneos que se tornaram padrão da indústria.
Desempenho
Mas, afinal de contas, do que esse brinquedinho é capaz? Bom, praticamente de tudo, mantendo uma taxa de 60 quadros por segundo, ou algo próximo disso. Até mesmo GTA 5, recém-lançado, é capaz de ser executado na resolução 1920x1080 a 60 fps. Como a tela é um fator limitante, não há motivo para se aventurar em resoluções mais altas, no entanto. Portanto, vocë tem em mãos um computador potente o suficiente para rodar qualquer jogo que já exista e que venha a sair num futuro próximo.
Um fator importantíssimo para garantir a qualidade do notebook para jogos é a sua ventilação. É por isso que há dois coolers na parte inferior, já que o laptop deve e ficar muito quente durante uma sessão com games mais pesados.
Para manter o notebook funcionando mesmo em situações absurdas de consumo de eletricidade, o modelo é acompanhado por uma fonte externa de energia grande e pesada, com saída de 230 watts, que deverá ser o suficiente para evitar que o computador se desligue sozinho. Ela tende a esquentar um pouco, porém, como já era de se esperar
O problema é o custo-benefício do notebook. Você tem, sim, um computador potente o suficiente para satisfazer suas necessidades “gamísticas”, mas seria possível adquirir um desktop com capacidade similar pagando menos da metade do preço. Quando falamos em componentes, há três fatores: tamanho, preço e desempenho. Você só pode escolher dois. Se optar pela dupla tamanho-desempenho, necessária para um notebook de jogos, pagará muito mais caro por isso, como é o caso deste modelo da Avell.
O pior é que o notebook também não é muito “móvel”, pelo fato de ser gigante e pesado. É improvável um cenário em que uma pessoa coloque este computador na mala para sair passeando com ele, a menos que o usuário costume viajar com frequência. Também não dá para esperar muito da bateria; ela não vai proporcionar muito tempo de jogatina sem a necessidade de plugar o aparelho em um cabo para recarga.
Conclusão
O Avell G1740 é uma prova viva de que é possível colocar muito poder bruto em um espaço razoavelmente pequeno, se você tiver o dinheiro e o desprendimento necessário para investir em uma máquina deste tipo.

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